Imagine uma manteiga que não vem do leite nem de vegetais — mas sim do ar. Essa é a proposta da empresa norte-americana Culinaire, que acaba de receber um investimento milionário de Bill Gates para desenvolver um alimento inédito: manteiga feita a partir de carbono capturado da atmosfera.

A ideia parece futurista, mas é totalmente real. A manteiga é produzida com ingredientes cultivados em laboratório, combinando proteínas microbianas, óleos fermentados e compostos derivados do CO₂ capturado por tecnologia de ponta. O objetivo? Criar um alimento com textura e sabor similares à manteiga tradicional, mas com zero emissão de carbono, sem origem animal e impacto ambiental negativo — ou seja, que retira mais carbono da atmosfera do que emite.

O projeto chamou a atenção de Bill Gates, que já é conhecido por investir em tecnologias climáticas disruptivas. A aposta dele na Culinaire reforça uma tendência crescente no setor alimentício: a busca por alternativas sustentáveis aos produtos de origem animal e vegetal, diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, escassez de recursos naturais e demanda por proteínas limpas.

Além do fator ambiental, a proposta da manteiga de carbono também mira eficiência e escalabilidade. Por ser feita em laboratório, o produto pode ser replicado em larga escala sem necessidade de pastos, plantações ou grandes volumes de água — fatores que tornam a produção tradicional altamente custosa e poluente.

Embora ainda não esteja disponível comercialmente, a manteiga feita de carbono já desperta o interesse de chefs, nutricionistas e ambientalistas. Se conquistar o paladar do consumidor, pode abrir caminho para uma nova geração de alimentos climáticos — e mudar de vez o que colocamos no prato.